Como os animais ensinam a amar

Deixo aqui que não somente os cães, mas qualquer animal criado com carinho, preenche a vida de quem o cuida.
O Gasparetto, para quem ainda não sabe, possui uma entidade que cuida de 250 cachorros de rua, abandonados, mas que através de sua alma bondosa, de seu coração bom, hoje tem um lar.
Abraços, Toca dos Gatos.
Beijos, minha querida Maíra, você é toda carinho.

Como os cachorros ensinam a amar
Se você está carente, um cão lhe ensinará o que é amor incondicional.

Por Zibia Gasparetto

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Eu gosto muito de animais.

Mas, mesmo assim, acabei ficando um tempo sem ter um cachorro.

Até a namorada do meu filho mais velho aparecer em casa com um filhotinho de poodle...

Na época, meu marido ainda estava vivo e eu tinha muitos compromissos: meus quatro filhos eram solteiros, moravam em casa, e eu, além de ter de cozinhar e tomar conta de tudo, dirigia um centro espírita.

Um animal requer carinho e cuidado. Eu não queria assumir mais esse compromisso.

No entanto, ao olhar aquela bola peluda branca, acabei não resistindo e me apaixonei.

Logo percebi que era correspondida.

Chamei-o de Sansão.

Ensinei-o a se sentar sobre as patas traseiras: ele fazia isso sempre que queria pedir alguma coisa.

Já minha vizinha tinha uma arara linda.

Ela vivia solta e, de vez em quando, desfilava sobre o muro de casa, chamando as pessoas pelo nome com sua voz estridente, tossindo como gente e dando gritos guturais.

Ela atiçava o instinto de caçador de Sansão, que latia querendo pegá-la, mas nunca conseguia porque ela não era boba.

Várias vezes o vi diante do muro, sentado sobre as patas traseiras, "pedindo" para que ela descesse.

Durante 18 anos ele fez parte dos acontecimentos da minha família, trazendo alegria, carinho e amor incondicionais. Foi o amigo carinhoso da filha adotada por mim aos 6 anos, que enchia minha casa de gostosas risadas mas que, aos 12 anos, foi embora, vítima de um câncer no cerebelo.

Em um fim de tarde, quando eu e meu filho Luiz Antonio voltávamos para casa, notamos que Sansão havia desaparecido.

Ele estava velho, quase cego, caminhava bem devagar e não se sustentava em pé por muito tempo.

De carro, vasculhamos as ruas perto de casa, já que, pelo seu estado de saúde, ele não poderia ter ido longe demais dali.

Sansão era fujão mas, quando sumia, os vizinhos sempre o traziam de volta.

Dessa vez, nós não conseguimos encontrá-lo.

Ele desapareceu.

Ficamos inconformados.

Sofri muito, imaginando as coisas que ele teria passado perdido na rua, tentando encontrar o caminho de volta.

Três meses depois, um espírito amigo nos contou que o corpo de Sansão estava mal, mas que ele resistia - não queria morrer para não nos deixar.

O jeito que eles encontraram para resolver o caso foi levá-lo para longe de nossa casa.

Eu sabia que ele havia morrido porque ele me apareceu em sonho, abanando o rabo como sempre fazia.

Tanto amor me comoveu.

Acabei me conformando, mas, por tempos, não quis cachorro.

Até três anos atrás, quando minha amiga Miriam, da rádio Mundial, chegou em casa com um cão que havia achado na rua.

Nossos olhos se encontraram e eu senti que ele era meu.

Com pouco mais de um ano de idade, ele era branco, muito peludo, parecia um poodle, mas era maior que os cães dessa raça.

Por causa de sua postura elegante, eu o chamo de Lord.

Hoje quando volto para casa no fim da tarde, ele está à minha espera.

Assim que me vê, abana o rabo, pega um dos seus brinquedinhos e me oferece querendo brincar. À noite, quando estou diante da TV, ele se encosta em minhas pernas e, de vez em quando, coloca a cabeça em meu colo, pedindo carinho.

Em seus olhos vejo tanto amor que fica fácil retribuir.

Portanto, se você está carente, em vez de querer receber, precisa dar amor.

Arranje um cão e aprenda sobre o amor incondicional.

O bichinho lhe trará muitas alegrias com suas brincadeiras, fazendo-a ficar novamente de bem com a vida.

tirado do site

http://mdemulher.abril.com.br/bem-estar/colunistas/ZGasparetto/como-cachorros-ensinam-amar-484032.shtml