sábado, 20 de fevereiro de 2010

Alarme falso

O jovem chegou-se à janela e mirou o casario em volta. A residência em que se encontrava erguia-se em ponto bastante elevado, permitindo ampla visão da vizinhança. Ao correr os olhos sobre as casas mais distantes do quarteirão, um quadro despertou-lhe o interesse.
Grossos rolos de fumaça elevavam-se daquele ângulo. Labaredas , de quando em quando, tingiam de alaranjado o negrume do fumo abundante.
Logo no mesmo instante, uma sirene disparou com insistência.
- É incêndio - pensou o rapaz - e os bombeiros devem estar chegando.
Sem cuidar de mais nada, saiu de casa, anunciando a cena que presenciara...
Pouco tempo depois, a rua enchia-se de dezenas de pessoas, encaminhando-se ao local indicado pelo jovem. Muitas levavam baldes. Outros carregavam mangueiras. Todos se preparavam para o socorro urgente.
Entretanto, logo que chegaram ao local, grande surpresa os esperava. O incêndio anunciado nada mais era do que um monte de lixo, a que o vizinho próximo ateara fogo, no quintal da própria casa. A sirene era de uma ambulância, que por ali passara há poucos momentos.
Um senhor que calmamente à tudo assistira, disse ao jovem:
- Fujamos às interpretações apressadas. Evitemos julgamentos imponderados. Resguardemo-nos de análises incorretas e parciais. Essas atitudes, quase sempre levam-nos a promover confusão e transtorno, infelicitando a quantos cruzam nosso caminho, plantando, assim, amarguras e angústias para os dias vindouros.
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