sábado, 7 de julho de 2007

A Bíblia e os Animais


A Bíblia confere à Humanidade o domínio sobre os animais?
“A evolução é escada infinita. Cada qual abrange a paisagem de acordo com o degrau em que se coloca”.
É verdade que a Bíblia contém uma passagem que confere a humanidade o domínio sobre o mundo animal. A importância desse fato deriva de que muitas pessoas acreditam na Bíblia como palavra de Deus e crêem que a descrição de Deus encontrada Nela corresponde à autoridade moral suprema. Deixando de lado o significado de “domínio” por um momento, podemos discutir a idéia de buscar autoridade moral na Bíblia. Primeiro, há sérios problemas de tradução e interpretação das passagens bíblicas, com vários versículos contradizendo uns aos outros, e vários estudiosos diferindo dramaticamente em suas opiniões sobre o significado de determinados versículos. Mesmo sendo a Bíblia uma fonte digna de consulta com relação às questões morais, há problemas de tradução, interpretação e até expressões idiomáticas da época.
Segundo, há várias alegações sobre Deus sendo feitas pelas diversas culturas e religiões deste mundo em que vivemos.
Algumas descrevem o consumo e sacrifício de animais indefesos e inocentes.
Outras clamam o respeito à vida e não matar desnecessariamente. Qual destas descrições corresponde à verdadeira autoridade moral? Mesmo aceitando que a descrição de Deus na Bíblia corresponde à Deus, “domínio” é um termo bastante vago, podendo significar “tutela” ou “guarda” dos animais.
E é bastante fácil argumentar que uma tutela ou guarda apropriada consiste em respeitar os animais em seu direito de viver de acordo com sua própria natureza. Por fim... há uma distância enorme entre conceder o domínio e aprovar a exploração brutal dos animais.
Certamente, não há nada no versículo citado da Bíblia aprovando a crueldade e o abuso dos animais, nem explicitamente, nem implicitamente.
E também o novo Papa Bento XVI falou emocionadamente sobre a exploração de todos os seres vivos, em especial os animais que vivem nas granjas. Ao ser perguntado, em 2002, sobre os direitos dos animais em uma entrevista, o então Cardeal Joseph Ratzinger afirmou:“Este é um assunto muito sério. De todos os pontos de vista, podemos ver que eles foram postos sob nossos cuidados, que simplesmente não podemos fazer o que queremos com eles. Os animais também são criaturas de Deus... Certamente, certos tipos de usos industriais das criaturas, como quando os gansos são alimentados de tal maneira a produzir um fígado tão grande quanto possível, ou quando as galinhas vivem tão apertadas que se transformam em caricaturas de aves, esta degradação de criaturas viventes que as converte em coisas me parece que contradiz a relação de reciprocidade que vemos na Bíblia”. O Cardeal Ratzinger fazia eco aos ensinamentos oficiais da Igreja, como se lê no Catecismo Católico, diz claramente que:“Os animais são criaturas de Deus, que os rodeia de sua solicitude providencial (Mt 6, 16). Por sua simples existência, o bendizem e dão glória (Dn 3, 57-58).Também os homens lhes devem apreço. Recorde-se com que delicadeza São Francisco de Assis e São Felipe Néri tratavam os animais... É contrário à dignidade humana fazer sofrer inutilmente os animais e sacrificar sem necessidade suas vidas”.
A compaixão pelos animais também foi tema proeminente no papado de João Paulo II. Ele proclamou que:“os animais possuem uma alma e os homens devem amar e sentirem-se solidários com nossos irmãos menores”. Ele chegou a dizer que todos os animais são“fruto da ação criativa do Espírito Santo e merecem respeito”e que eles estão“tão próximos de Deus como estão os homens”. O Santo Padre recordou às pessoas que todas as entidades viventes, incluídos os animais, existem devido ao “sopro” de Deus. Os animais possuem a fagulha de vida – a qualidade vital, que é a alma – buscam a felicidade e não são seres inferiores, como querem fazer-nos crer os granjeiros, peleiros, toureiros, aficcionados dos rodeios, empresários do agro-business e tantas outras pessoas que exploram e maltratam os animais por simples interesse econômico.
Assim que foi escolhido como Papa, João Paulo II viajou para Assis, o lugar de nascimento de São Francisco, e falou do amor do santo pelos animais.
Ele declarou: “Nós também fomos chamados a ter a mesma atitude”.
Vamos fazer nossa parte.
Divulgue este documento.
A NATUREZA AGRADECE !!!

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