As razões do coração
© Letícia Thompson
O coração pensa. Pensa sim, embora muitos achem que não. Ele apenas não reflete...
Entre pensar e refletir existe uma distância enorme. Quem pensa, pensa; quem reflete, mede conseqüências. E conseqüência é uma palavra que o coração desconhece.
Se o próprio amor conhece mil razões para se deixar levar pelo barco da situação, o coração, este, conhece milhares delas. Mesmo se nem disso ele é consciente. Ele sente e pronto.
Futuro? O que é o futuro? Tá tão distante que a vista não alcança; passado, desconhecido. O que dizem, o que pensam não conta. Mesmo o presente é limitado, pois resume-se ao sentimento de amar e de querer. Nada mais.
Coração vive de emoção, daquilo que é a razão mesmo do que o faz vibrar. Quando ele é o guia, perdemos todo o controle do que somos, do que pensamos, do que queremos.
Só uma água é capaz de matar essa sede: o prazer de ver-se no ser amado, de sentir-se no ser amado, de viver e morrer pelo ser amado. Nada mais no mundo importa.
Só mesmo o coração é capaz de tantos erros e tantas desculpas, tantas mágoas e tantos perdões, tantas condenações e tantas absolvições.
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