E VIVA NOSSA SENHORA APARECIDAAA!!!!! VIVAAA!!!!
Quem passar por aqui hoje, por favor, aceite abaixo um docinho.
Dia da criança? Ora bolas, sim senhor!
Dia da criança. É festa em todo canto: bolo, bala, guaraná e brinquedo. E o comércio aberto até o último instante porque, no fim é só isso mesmo: questão de venda e de compra. Porque se a criança fosse a questão, a coisa seria bem outra. Haveriam vagas nas escolas e as escolas seriam muito boas. Toda criança teria uma casa, sapato, família, comida e roupa. E de merenda, cada um levaria a que fosse do seu gosto. E não seria preciso que houvesse sopa na hora do lanche e do almoço. E livros, ah! os livros... toda criança leria contos de fadas, de assombração, fábulas, poemas e sempre que quisesse haveria de ter um livro bem ao alcance da mão- e da imaginação! Se criança fosse a questão, doença mesmo, só se não tivesse outro jeito. Porque todo jeito se daria pra deixá-la suficientemente fortalecida para combater a pequena infecção. E nem sequer bicho de pé ela teria porque o bicho nem existiria, que o saneamento já teria dado conta disso. E, se acaso mesmo assim, uma criança aqui outra lá, bem distante, ficasse doente, teria médico e remédio, sem que pra ter isso passasse horas e horas na fila. E ainda depois, ouvir, que não tem pediatra de plantão! Ah! essa não! Dia da criança... Se criança fosse a questão...mas, inda não é não. E isso me maltrata o coração. Porque a criança que já sofre o tempo todo- porque criança não é a questão - sofre inda mais um pouco neste Dia da Criança, porque não ganha presente, nem roupa nova, nem vai ao cinema, nem come a pipoca, toma o sorvete ou, ao menos, ganha um beijo, uma abraço daquele rodado no ar, nos braços do amor.
Linda Maria - grupo um bom dia
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Canções Infantis
Eu, uma Brasileira morando nos Estados Unidos da América, para ajudar no orçamento, estou fazendo "bico" de babá.
Ao cuidar de uma das crianças de quem eu tomo conta, uma vez cantei :
"Boi da cara preta" para ela, antes dela dormir. Ela adorou e essa passou a ser a música que ela sempre pede para eu cantar ao colocá-la para dormir.
Antes de adotarmos o "boi, boi, boi" como canção de ninar, a canção que cantávamos (em Inglês) dizia algo como:
Boa noite, linda menina, durma bem.
Sonhos doces venham para você,
Sonhos doces por toda noite"... (Que lindo, né mesmo!?)
Eis que um dia Mary Helen me pergunta o que as palavras em português da música "Boi da cara preta" queriam dizer em Inglês:
"Boi, boi, boi, boi da cara preta, pega essa menina que tem medo de careta..." (???)
Como eu ia explicar para ela e dizer que, na verdade, a música "boi da cara preta" era uma ameaça, era algo como "dorme logo, senão o boi vem te comer"? Como explicar que eu estava tentando fazer com que ela dormisse com uma música que incita um bovino de cor negra a pegar uma doce menina?
Claro que menti para ela, mas comecei a pensar em outras canções infantis, pois não me sentiria bem ameaçando aquela menina com um temível boi toda noite...
Que tal! "nana neném que a cuca vai pegar..."?
Caramba... outra ameaça!
Agora com um ser ainda mais maligno que um boi preto!
Depois de uma frustrante busca por uma canção infantil do folclore brasileiro que fosse positiva e de uma longa reflexão, eu descobri toda a origem dos problemas do Brasil. O problema do Brasil é que a sua população em geral tem uma auto-estima muito baixa. Isso faz com que os brasileiros se sintam sempre inferiores e ameaçados, passivos o suficiente para aceitar qualquer tipo de extorsão e exploração, seja interna ou externa. Por que isso acontece?
Trauma de infância! Trauma causado pelas canções da infância.
Vou explicar: Nós somos ameaçados, amedrontados e encaramos tragédias desde o berço!
Por isso levamos tanta porrada da vida e ficamos quietos.
Exemplificarei minha tese:
Atirei o pau no gato-to-to
Mas o gato-to-to não morreu-reu-reu
Dona Chica-ca-ca admirou-se-se
Do berrô, do berrô que o gato deu
Miaaau!
Para começar, esse clássico do cancioneiro infantil é uma demonstração clara de falta de respeito aos animais (pobre gato) e crueldade. Por que atirar o pau no gato, essa criatura tão indefesa? E para acentuar a gravidade, ainda relata o sadismo dessa mulher sob a alcunha de "D. Chica". Uma vergonha!
Eu sou pobre, pobre, pobre,
De marré, marré, marré.
Eu sou pobre, pobre, pobre,
De marré de si.
Eu sou rica, rica, rica,
De marré, marré, marré.
Eu sou rica, rica, rica,
De marré de si.
Colocar a realidade tão vergonhosa da desigualdade social em versos tão doces!
É impossível não lembrar do seu amiguinho rico da infância com um carrinho fabuloso, de controle remoto, e você brincando com seu carrinho de plástico...
Fala sério!
Vem cá, Bitu! vem cá, Bitu!
Vem cá, meu bem, vem cá!
Não vou lá! Não vou lá, Não vou lá!
Tenho medo de apanhar.
Quem é o adulto sádico que criou essa rima? No mínimo ele espancava o pobre Bitú...
Marcha soldado, cabeça de papel!
Quem não marchar direito,
Vai preso pro quartel.
De novo: ameaça. Ou obedece ou você vai se ferrar... não é à toa que brasileiro admite tudo de cabeça baixa...
A canoa virou,
Por deixar ela virar,
Foi por causa da fulana (nome de pessoa)
Que não soube remar.
Ao invés de incentivar o trabalho de equipe e o apoio mútuo, as crianças brasileiras são ensinadas a dedurar e condenar um semelhante.
Samba-lelê tá doente,
Tá com a cabeça quebrada.
Samba-lelê precisava
É de umas boas palmadas.
A pessoa, conhecida como Samba-lelê, encontra-se com a saúde debilitada, necessita de cuidados médicos mas, ao invés de compaixão e apoio, a música diz que ela precisa de palmadas! Acho que o Samba-lelê deve ser irmão do Bitú...
O anel que tu me deste
Era vidro e se quebrou.
O amor que tu me tinhas
Era pouco e se acabou...
Como crescer e acreditar no amor e no casamento depois de ouvir essa passagem anos a fio?
O cravo brigou com a rosa
Debaixo de uma sacada;
O cravo saiu ferido
E a rosa despedaçada.
O cravo ficou doente,
A rosa foi visitar;
O cravo teve um desmaio,
A rosa pôs-se a chorar.
Desgraça, desgraça, desgraça!!! E ainda incita a violência conjugal ...
Que coisa, não?
recebi este texto sem autoria
4 comentários:
Atirei o pau no gato é um horror mesmo. Quando criança eu detestava ouvir "boi da cara preta".
Oi Ana, interessante sua reflexão; sabe, eu sempre achei a música do "...atirei o pau no gato..." ridícula, lógico que quando era criança não, mas logo que comecei a entender as coisas, não consegui imaginar porque alguém inventaria uma música infantil incitando a violência contra animais, porque as crinças acabam achando normal atirar o pau no gato!
Beijos e viva Nossa Senhora Aparecida!
Simone
Ana...
Tem selinho pra vc lá no blog!
Quando der dá uma passadinh alá pra pegar tá!
Bjus mil!
Voce está certíssima,sempre pesnsei assim e nunca cantei essas cantigas para meus filhos!!!
nós cantávamos:"eu tenho tanto pra ti falar,mas com palavras não sei dizer,como é grande o meu amor por voce..."Rberto Carlos,claro, ou então as canções do Toquinho...,porque realmente é um absurdo essa "canções"??!!
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